Quando me sinto milonga
minh'alma aponta pra coisas
Todas que enfeitam o canteiros
Que sigo a troco de nada
Cantando dando risada
Nesta comédia de arteiros
Ando com um pouco de pressa
Gozando toda conversa
Conforme o gosto do pago
Um dia eu volto pra casa
Com a charla de quem repara
A vizinhança onde passo
A mango é o pala da solidão
Amargo é o pala da solidão
Quem pensar ao contrário
Com essa cara de otário
Pida que não
Que tal retomar o prazer
De escrever como um louco
Agarrado ao violão
Fazer qualquer judiaria
Com essa mania mimosa
De encher de prosa o galpão
Eu mesmo sempre que posso
Boleio perna me cosso
E tatuo fora as palavras
Mas quando olho pros lados
Nem pio quem capa o gado
Alheio a sua manada
A vida é nossa sofreguidão
A vida é nossa sofreguidão
Quem achar ao contrário
Com a mesma cara de otário
Diga que não
Somos farinha do mesmo saco
Quebrando os fraco
Mandando lenha nos tróço
Eu posso andar diferente
Ausente da minha gente
Mas toco tudo que gosto
Meu mate está no floreio
Onde qualquer milongueiro
Sangrar a pontas dos dedos
Matando a pau o costado
Com a carne gorda rosado
Enfumaçando os verdeiros
Nesta milonga pra louco
Nesta milonga pra louco
Eu falo de tudo um pouco
E que me importa que os outros
Riam de mim (2x)
Eu falo de tudo um pouco
E que me importa que os outros
Riam de mim (2x)
compositores: Mauro Moraes
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