Ah, você está vendo só
Do jeito que eu fiquei
E que tudo ficou
Uma tristeza tão grande
Nas coisas mais simples
Que você tocou
A nossa casa, querido
Já estava acostumada
Guardando você
E as flores na janela
Sorriam, cantavam
Por causa de você
Olhe, meu bem
Nunca mais nos deixe,
Por favor
Somos a vida,
O sonho
Nós somos o amor
Entre, meu bem, por favor
Não deixe o mundo mau
Lhe levar outra vez
Me abrace simplesmente
Não fale, não lembre
Não chore, meu bem
Numa casa portuguesa fica bem
Pão e vinho sobre a mesa.
Mas se à porta humildemente bate alguém,
Senta-se à mesa com a gente.
Fica bem essa fraqueza, fica bem,
Que o povo nunca a desmente.
A alegria da pobreza
Está nesta grande riqueza
De dar, e ficar contente.
Quatro paredes caiadas,
Um cheirinho de alecrim,
Um cacho de uvas doiradas,
Quatro rosas num jardim,
Um São José de azulejo
Sob um sol de primavera,
Uma promessa de beijos
Dois braços à minha espera...
É uma casa portuguesa, com certeza!
É, com certeza, uma casa portuguesa!
No conforto pobrezinho do meu lar,
há fartura de carinho,
A cortina da janela e o luar,
mais o sol que gosta dela...
Basta pouco, poucochinho pra alegrar
uma existéncia singela...
É só amor, pão e vinho
e um caldo verde, verdinho
a fumegar na tijela.
Quatro paredes caiadas,
um cheirinho á alecrim,
um cacho de uvas doiradas,
quatro rosas num jardim,
um São José de azulejo
Mais um sol de primavera,
uma promessa de beijos
dois braços à minha espera...
É uma casa portuguesa, com certeza!
É, com certeza, uma casa portuguesa!
Para quê tanta ambição, tanta vaidade?
Procurar uma estrela perdida...
Quase sempre está felicidade
São as coisas mais simples da vida
Felicidade é uma casinha simplesinha
Com gerânios em flor na janela
Uma rede de malha branquinha
E nós dois a sonhar dentro dela
Ai, ai, ai
Isso é tão pouco minha nega
Ai, ai, ai
Mas pra mim chega.
compositores: Reinaldo Ferreira
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