Eu falo em apaziguar
E falo bonito
Pro ânimo amenizar
E ela quer conflito
Um humor de amargar
Um gênio de monolito
E eu aqui, louco pra amar
Com o peito aflito
Seu sorriso faz brilhar
O sol no infinito
Pra logo a névoa voltar
E nublar no grito
Só vive pra refinar
A bruta arte do atrito
Tão bela em beligerar
Que eu nem acredito
Não posso testemunhar
Sem formal reclamação
Meu sangue baratear na tua mão
Mas devo então confessar
Quando lhe franze a expressão
Põe-se logo a palpitar
Tão cego de emoção
Com masoquismo exemplar
Meu coração
Quer pra quê quiproquó?
compositores: João Cavalcanti
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