Num bar de Ribeirão Preto
Eu vi com meus olhos esta passagem
Quando champanha corria a rodo,
No alto meio da grã-finage
Nisto chegou um peão
Trazendo na testa o pó da viagem
Pro garçom ele pediu uma pinga,
Que era pra rebater a friage...
Levantou um armofadinha e falou pro dono
"Eu tenho má fé quando um caboclo que não se enxerga,
Num lugar deste vem pôr os pés
Senhor que é o proprietário
Deve barrar a entrada de quarquer
Principalmente, nesta ocasião,
Que está presente o rei do café..."
Foi uma sarva de parmas
Gritaram viva pro fazendeiro
Quem tem milhões de pés de cafés
Por este rico chão brasileiro
Sua safra é uma potência
Em nosso mercado e no estrangeiro
Portanto vejam que este ambiente
Não é pra quarquer tipo rampeiro...
Com um modo bem cortês
Responde o peão pra rapaziada
"Essa riqueza não me assusta,
Topo em aposta quarquer parada
Cada pé desse café
Eu amarro um boi da minha invernada
E pra encerrar o assunto,
Eu agaranto que ainda me sobra uma boiada..."
Foi um silêncio profundo,
O peão deixou o povo mais pasmado
Pagando a pinga com mil cruzeiro
Disse ao garçom pra guardar o trocado
Quem quiser meu endereço
Que não se faça de arrogado
É só chegar lá em Andradina
E perguntar pelo rei do gado...
compositores: Teddy Vieira
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