Respira, Gustavo...
Respira!
Respira!
Respira, Gustavo...
Respira!
Eu lembro como hoje
Eu, minha mãe, minha irmã no chão, medo, suspiro
Eu com seis anos, vendo meu pai tomar seis tiros
Sangue no chão do barraco no meio do gueto
Ainda criança vi o que o sistema reservou pros pretos
Mudamos pra Bauru, "pai esquece a vingança"
Mas num enredo genocida a guerra vem como herança
E eu nunca me senti porra nenhuma, normal
Ferida fruto de um relacionamento bi-racial
Já vi minha vida na mão do policial, que disse:
"Se eu te encontrar sozinho, eu te mato"
Ele me disse: "seu bandido marginal"
Só por que eu tava na viela ouvindo rap alto
A guerra tem como alvo, pardos e retintos
Pro meu povo ser extinto e nas redes, quem lacra mais?
Não me chame de mito, mito é algo fictício
Sistema filho da puta minhas historias são reais!
Eee, eee, eee
Eee, eee, eee
Okê, okê, okê Arô
Okê, Okê
Vou pagar pelo pecado do meu pai
Esse é meu karma
Eu tô te desejando axé
Enquanto você me aponta uma arma
As pessoas são como embalagens
Tudo rótulo, tudo engessado
Preciso de algo que cure tua alma
Preciso de algo pra mim ser curado
Olhe pro céu, olhe pro céu
O chão é aonde eles querem te por
Como quem amassa e joga um papel
Não posso deixar de caçar
Não posso largar meu ofá
E acertar de uma forma certeira o sonho que eles quer roubar
Oyá, Afasta de mim as pessoas que não sabem amar
Oyá, Afasta de mim quem me julga sem se por no meu lugar
Oyá, Afasta de mim esse medo de continuar
Oyá, Traga os bons ventos e a sorte pra mim me curar
E se eu morrer, que seja de amor
Acho que me serve a frase clichê
Só tenho uma flecha eu não posso errar
A morte já não pode me vencer
E se eu morrer que seja de amor
Acho que me serve a frase clichê
Só tenho uma flecha eu não posso errar
A morte já não pode me vencer
Não deixei a guerra entrar em nosso terreiro
Se é nós contra nós, nós que morre primeiro
Não deixei a guerra entrar em nosso terreiro
Se é nós contra nós, nós que morre primeiro
Ei
Eu sou teu irmão, não me olhe assim
Eu sou teu irmão, não me olhe assim
Eu sou teu irmão, não me olhe assim
Eu sou teu irmão, não me olhe assim
Eu sou teu irmão, não me olhe assim
Eu sou teu irmão, não me olhe assim
Eu sou teu irmão, não me olhe assim
Eu sou teu irmão!
Seque minhas lagrimas
Seque minhas lagrimas
Seque minhas lagrimas
Seque minhas lagrimas
Não deixei a guerra entrar em nosso terreiro
Se é nós contra nós, nós que morre primeiro
Não deixei a guerra entrar em nosso terreiro
Se é nós contra nós, nós que morre primeiro
Seque minhas lagrimas
Seque minhas lagrimas
Seque minhas lagrimas
Seque minhas lagrimas
Seque minhas lagrimas
Seque minhas lagrimas
Eu sou teu irmão, não me olhe assim
Eu sou teu irmão, não me olhe assim
Eu sou teu irmão, não me olhe assim
Eu sou teu irmão
compositores: Coruja Bc1
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