Toda vez que encilho o pingo
e aos ventos prendo o meu laço
sinto no peito um ascasso
ao me lembrar de onde venho
Oi dá-le que tombo feio
eu dei naquele brasino
cumpriu-se assim o destino
certa manhã de rodeio
Na estância El Turuno
brasino chucro e matreiro
e não havia tropeiro
que o leva-se ao matadouro
Tinha imponência de touro
este filho da querência
más eu botava tenência
pensando naquele couro
Já se fechava o rodeio
e foi justamente quando
eu até ia pensando
no meu incerto destino
Neste momento o brasino
bufou saiu campo à fora
e eu disse vai ser agora
que tu me pagas teatino
Fui palmeando o meu laço
e atirei-lhe sobre o lombo
nem quis escutar o tombo
quando meu laço estirou
Por certo que se quebrou
disse ao vê-lo batalhando
era o Rio Grande ensinando
os contos do meu avô
Do seu couro eu fiz um laço
trançado a gosto e preceito
por Deus que carrego jeito
daquele guapo teatino
Também tenho um destino
más dele não me receio
embora seja mais feio
que o pialo do boi brasino
compositores: Ciro Gavião,Dino Franco
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