Parece obsessão, uma febre ensolarada, alguma coisa patológica
Quem tem objetivação busca a sua felicidade com a sua agilidade
E usando bem a lógica, bem
Pelo menos essa é a minha ótica
Depois que termina o auê carnavalesco
Tudo volta ao perfeito imperfeito funcionamento
Todos caem na real e se veem prisioneiros do tormento
Se antes era risos e alegria, agora acaba a ilusão e continua o lamento
Minha vida segue rotineira, acordando cedo de segunda a sábado, sabia?
Para garantir o meu fundo de garantia
Todo dia, fazendo o mesmo percurso já rodado
Por PMs abordado, com o pensamento voltado à ritmada
Eloquência da minha poesia
Berço de ouro nunca foi meu leito de nascedouro
Portanto, seguro minha barra com muita ousadia
Mantendo viva a meta traçada
Sempre calculada nas idas e vindas pela ponte Rio-Niterói que faz a via
O ritmo da sobrevivência é surreal de tão pauleira
A gente bate cabeça no concreto ou na madeira
E aprende na marra de qualquer, de qualquer maneira
Nas ruas, sábado, domingo, de segunda a sexta-feira
Via ponte Rio-Niterói a vida segue
Superando dificuldades, a vitória se consegue
Tudo que eu preciso é da preciosa chance
Se há perseverança, eu salto e chego ao alcance
De-sis-tir nem pensar, desistência nem pensar por mais que eu me canse
A luta diária é como um combativo duelo de gigantes
Brigamos e lidamos com forças e adversidades a todos os instantes
Poucas são as pessoas que te dão apoio
Que nas horas críticas a sua autoestima dão um ótimo levante
Gente disposta a baixar sua potência de agir tem de montão
Pra destruir o seu sonho tão importante (aqui, ó!)
Mando um f de tamanho grande e nada elegante
Não me atrasa se você não me adianta
Não empaca na minha frente sua anta, Jesus, Maria, José!
Eu vivo cada coisa e sei exatamente como é
Alguém tentando incansavelmente por sal no teu café
Fauna de selvagens animais que pensam
Tipo crocodilo devorando jacaré
Dizem que o segredo é a alma do empreendimento pro negócio prosperar
Pois bem, batalho oportunidades em silêncio
A driblar, zoião de seca pimenteira que tem a mania de bisbilhotar
Nada vai me atrapalhar, tô em casa e daqui ninguém me tira
Niterói é o lugar, meu doce lar
O ritmo da sobrevivência é surreal de tão pauleira
A gente bate cabeça no concreto ou na madeira
E aprende na marra de qualquer, de qualquer maneira
Nas ruas, sábado, domingo, de segunda a sexta-feira
Via ponte Rio-Niterói a vida segue
Superando dificuldades, a vitória se consegue
Tudo que eu preciso é da preciosa chance
Se há perseverança, eu salto e chego ao alcance
De-sis-tir nem pensar desistência, nem pensar por mais que eu me canse
Apesar daqueles dias de dureza, levo na boa
E compenso com simpatia e gentileza
O capital depois a gente dá um jeito de ganhar
O que não pode faltar é saúde e comida lá na mesa
Mas é impossível não indignar-se com cenas cotidianas
Que provocam um misto de raiva e tristeza
Bate um arrependimento e sentindo-me mal
Peço perdão pela fraqueza
Se estou necessitado, um cachorro abandonado à procura de consolo
Recorro aos afagos e abraços daquela mulher tão calorosa e cativante
Perto do término do dia anseio pela calmaria e detesto tudo que for rolo
A paisagem sempre guarda um detalhe dependendo do ângulo do observante
Seja bem-vindo, venha, visite, não tem cacique
A tribo é Nikiti, já dizia um samba da antiga que sonhar não custa nada
E a força de vontade é valiosa
Ando sonhando alto para dar sustentação a minha exaltação criadora e ruidosa
E sou chamado de maluco, vê se dá?
Por não assimilarem o propósito da causa
Convido todos, pois quem viver ouvirá
A sessão de som batendo forte e sem tempo para pausa
O ritmo da sobrevivência é surreal de tão pauleira
A gente bate cabeça no concreto ou na madeira
E aprende na marra de qualquer, de qualquer maneira
Nas ruas, sábado, domingo, de segunda a sexta-feira
Via ponte Rio-Niterói a vida segue
Superando dificuldades, a vitória se consegue
Tudo que eu preciso é da preciosa chance
Se há perseverança, eu salto e chego ao alcance
De-sis-tir nem pensar desistência, nem pensar por mais que eu me canse
Foi-se a época das viagens para a roça e dos passeios a cavalo
Da infância e das férias com os primos qu’eu passava em São Gonçalo
Do menino magrelo lá no centro da cidade (Niterói!)
Apelidado de lula lelé, que jogava seu Atari
Zerava Pac-Man, fã de MC Hammer e péssimo na bola com o pé
Eu não nasci pra ser Pelé
Hoje o garoto obstinado corre o mundo e aos predadores não se redime
Entoa o bravo canto do ap, simplesmente uma arte tão sublime
Que canaliza angústias e alentos que o emecê exprime
Eu fui capacitado com o dom de musicar o que a mente grava e depois imprime, enquanto o sonho não se materializa
Faço aquilo que está na medida do possível
Porque cada ser humano tem uma baliza
Me concentro, componho, treino pra caramba
Ensaio as canções e preparo o repertório
Pois só cresce e evolui quem se atualiza
Se a boca é o passaporte para Roma
Atravesso o oceano carregando meu discurso até a torre de pisa, (éah!)
O autêntico hip hop não, não, não para e o velho samba nunca morre
Sendo assim eu caio de cabeça e por favor não me socorre
O ritmo da sobrevivência é surreal de tão pauleira
A gente bate cabeça no concreto ou na madeira
E aprende na marra de qualquer, de qualquer maneira
Nas ruas, sábado, domingo, de segunda a sexta-feira
Via ponte Rio-Niterói a vida segue
Superando dificuldades, a vitória se consegue
Tudo que eu preciso é da preciosa chance
Se há perseverança, eu salto e chego ao alcance
De-sis-tir nem pensar desistência, nem pensar por mais que eu me canse
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