Velho angico missioneiro
Bem na frente da porteira
Que muito serviu de sombra
Pra viajante carreteiro
Num gesto curvo e elegante,
Alto, forte e sem luxo
Mandando passar pra adiante
Bem como faz o gaúcho...
Esse angico que lhes falo
Nasceu na beira da estrada
Seus galhos muito deu brasa
Pro velho fogo de chão
Esquentou muita água fria
Pra servir o chimarrão
Também serviu de argumento
Pra alentar o coração...
Quem conversar com esse angico
Dá impressão que responde
Vindo a voz não sei de onde
Mas eu sinto que ele fala
Mas eu sinto que ele fala!
Seu tronco furado a bala
E algumas lãs de pelego
Guardando ali os segredos
De muitos gaúchos maulas,
De muitos gaúchos maulas!
Mas agora velho angico
Só na saudade ficou
Mas pra minha lembrança
Que o tempo não apagou
Velho angico missioneiro
Desta terra em que nasci
Que fez parte da minha vida
Dos meus tempos de guri...
compositores: Lucídio Pinto
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