A saudade aliou a lembrança
Me trouxe a infância que longe deixei
Vi saudoso do jogo de bola
Na porta da escola que um dia estudei
A estrada cheia de poeira
A velha porteira abri e passei
Mesmo sendo um dia bem frio
Nas águas do rio de ponta saltei
Ao fazer a curva da pedreira
Depois da porteira vi um casarão
Perfeita e bem conservada
Estava a escada em pedra sabão
Muitas coisas ali recordei
Assim que entrei no velho porão
Vi aranha fugindo assustada
Buscando morada no buraco do chão
Fui lavar o meu rosto na bica
Que perto fica dos pés de bambu
Suas moitas imensas e lindas
Abrigam ainda centenas de anus
A curruira trazendo cisquinho
Fazia seu ninho no velho paiol
E a queda da cachoeira
Formava arco íris nas tardes de sol
Nossa vida é um túnel extenso
Começa imenso estreita saída
O destino é um moleque travesso
A sina às vezes se torna bandida
Eu confesso voltei magoado
Deixando o passado me abriu uma ferida
A distancia aliou a saudade
Voltou por maldade a ilusão de uma vida.
compositores: JOAO BATISTA DE ALMEIDA, LUIZ DE CASTRO
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