"Uaaaaaa...
Porcaria,
pisei de novo no 'piniquim' de plastico que a minha vó me deu
Mais um dia nessa inxistênça mardita nesse sertão desgramado...
'Zé Firmino, ce ta dormindo?'
É o chato do meu patrão
Tô não senhor, coronel, ta na 'precisança deu?'
'Né nada não, eu só queria fazer uma rima!'
Fazer rima?! Esse sujeito pensa que nóis é besta, sô!
Mas eu vou mostrar pra ele que besta eu num so mesmo!
Eu sei faze inté rap..."
Esse rap foi feito em riba duma carroça
Não fala nada de nada, é o rap da roça
Esse rap foi feito em riba duma carroça
Não fala nada de nada, é o rap da roça
Meu nome é Zé Firmino, sou fio do soldado
Que agarrô à força a doida do sobrado
Cresci sem tomar Toddy, nunca andei de Velotrol
Não bebi "mursão" escoti, num tomei Carcigenol
Cresci no sofrimento, a miséria me cercava
Garrei plantar cebola, ver se as coisas miorava
Mas a seca matô tudo, tentei criá galinha
Os muleque pulô o muro e comeu minhas bichinhas
(Que sacanagem, minino!)
E nem usaram camisinha, sô...
Prantei a mão num cara que era fio do prefeito
Os polícia me espancaro no avesso e no direito
Tentei prantá mandioca nos terreno duma mulata
Ela oiô minha prantinha e mando ieu prantá batata
Eu pensei “É... A vida é um cão de saia,
Prantá num é minha praia. Eu vô mudar...”
Fui lá pro sertão do Quixadá.
Porque esse rap foi feito em riba duma carroça
Não fala nada de nada, é um rap da roça
Esse rap foi feito em riba duma carroça
Não fala nada de nada, é um rap da roça
Fui trabaiá num sitio de um dotô coroné
O sujeito era esquisito e me fazia de muié!
(Xiii...)
Eu fazia obrigação, era bão dona de casa
Mas a imaginação do sujeito criou asa
Pedia beijo de língua,(Danou-se...) mas eu num dava...
Por que esse rap foi feito em riba duma carroça
Não fala nada de nada, é um rap da roça
Esse rap foi feito em riba duma carroça
Não fala nada de nada, é um rap da roça
Teve um filme na cidade de um tal de Lampião
Resorvi virar jagunço dos mais ruim desse sertão.
Na primera das tocaia, pra mostrar que era mau
Avistei Zé das Lacraia, tasquei-lhe um tiro de sal
O minino caiu morto, durinho no meio da mata
Morreu todo sargadinho porque tinha pressão arta.
(Vixi Maria, sacanagem sô...)
Mas eu que não era um sujeiro muito ruim ainda, né...
Troquei a carga da espingarda, usei bala deliça
Veio dona Emengarda com o balaio de lingüiça
Tasquei-lhe um tiro certo na cacunda esquelética
A véia caiu morta porque era diabética
(Ce é ruim heim Zé Firmino)
Ara, eu num tinha bala dietética...
compositores: Kaquinho Big Dog
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