Se acabou a primeira sova do jeito mais desastrado
Rodou o amadrinhador num lançante esburacado
Que bagual corcoveador e meio louco o bragado
Deixou as pilchas do Almançor penduradas nos farpados
Que carreira mal havida deu o baio meio focinho
Mas o povo nas balizas diz que ganhou o douradilho
Cruzou de meio o fiador, se viu foi trampa de fato
Na guaiaca o julgador e nem bateram o retrato
São causos das noites grandes entre labareda e sombra
Um pardo bate o bordão quem não conhece se assombra
Abre o livro do galpão num relato por milonga
E é da boca de um peão que este universo se alonga
Quem lida com touro brabo convém não andar com pressa
Ontonte no Parador, touro abichado na peça
Um tiro de meia espalda foi que fez a porcaria
Planchou-se a égua gateada sem tempo de abrir a presilha
Bateram as chuvas de julho bufando ar de tragédia
Norato encilhou o tordilho, foi pra costa a meia-rédea
Salvou o gado das enchentes e última vez que alguém viu
Trazia um guaxo no frente cruzando o meio do rio
O que eu trago desta gente me toca seguir contando
Não me importa a geografia com a vida de contrabando
A guitarra que me ronda e um verso de quando em quando
Busco em “aires” de milonga ar pra seguir respirando!
compositores: Luiz Marenco,Sérgio Carvalho Pereira
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