Doce e salgada
Ó minha amada
Ó minha ideia
Faz–me grego e romano
Tu gingas à africano
Como a sereia
Ó bailarina
Ó columbina
És a nossa predilecta
De prosadores e poetas
Dos visionários
Quem te vê ama de vez
Nómadas e sedentários
Ó pátria lusa
Ó minha musa
O teu génio é português
Doce e salgada
Ó minha amada
Das epopeias
Tu és toda em latim
E a mais mulata sim
Das europeias
Ó bailarina
Ó columbina
Do profano matrimónio
“nas andanças do demónio“
Bela e roliça
Ai dança a chula requebrada
A minha canção é mestiça
Ó pátria lusa
Ó minha musa
O teu génio é português
Teu génio meigo e profundo
É deste tamanho do mundo
Sentimental como eu
Dois corações pagãos
São de apolo e de orfeu
Guarda-nos bem fraternais
No teu chão
No teu colo
De sonhos universais
És o nosso almirante
Terna mãe de crioulos
Cuida da nossa alma errante
Nós só queremos teu consolo
Doce e salgada
Ó minha amada
Da companhia
És um caso bicudo
Tu és o–mais-que-tudo
Da confraria
Ó bailarina
Ó columbina
Tu és a nossa doidice
Meiga “amante de meiguices“
Eu te proclamo
Quem te vê ama de vez
E a verdade é que eu te amo
Ó pátria lusa
Ó minha musa
O teu génio é português.
compositores: Fausto Bordalo Dias
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