Muito espantariam os vizinhos da área se um dia soubessem
Que nos fundos do matadouro 18 coisas assim acontecem
Chega a policia, investiga, não acha nada, nem desconfia
Que há gente trancada no piso de baixo a dias
Quantos mais vão cair?
Pelo poço do matadouro 18, da câmara fria impossível sair
Alguns são depois encontrados na margem do rio
Mas a maioria simplesmente sumiu
Os que já sabem, hoje vivem na sombra do medo
Jamais dirão qualquer coisa, eles guardarão em segredo
Mesmo com todas as mortes teremos sempre um desavisado
Que resolve passar a noite acampado no lago
Quantos mais vão cair?
Pelo poço do matadouro 18, da câmara fria impossível sair
Existe um riacho lá perto que já foi bom pra pescar
Hoje a água é turva e lodosa, ninguém mais vai lá
Quantos mais vão cair?
Pelo poço do matadouro 18, da câmara fria impossível sair
A noite se ouve abafado o barulho do incinerador
E o cheiro que vem com a fumaça revela uma noite de horror
compositores: MARCO ANDRE ALVARES DONIDA
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