Lá no meu cassino, tipo mal acabado,
Desengonçado pela ventania
Lá não cessa o vira-baixo noite e dia,
Dando trabalho à
delegacia
Se o otário ganha, vai sair daquele jeito,
Porque entre malandros isto é falta de respeito
Tem peteleco, teco-teco, solinjada
Quando a jungusta chega nunca houve nada
Aqui são todos camaradas
- Pode entrar, doutor. A casa é sua.
São estivadores, trabalhadores da borracha -
Na ronda sou rei, vou lhe explicar porque falei,
Muito considerado, escutem só o meu babado…
Mata, tripa, esfolha, e assim fico
Esperando o freguês, porque o otário não tem vez.
Tenho um bom golpe, e no baralho
Conheço todos os cortes. Não admito
Que algum Vargulino vá lá no meu cassino
Soltar o fricote - Eu pulo logo no cangote
Tenho bons parceiros, sempre cheios de dinheiro
No meu famoso cassino, lá também dá bom grã-fino.
Promovo a bebida, e no final da partida
O otário é quem perdeu, e quem ganhou tudo fui eu.
Tenho licença, faço e desfaço tudo com inteligência.
Tenho um criado, que fica a noite inteira no alto da pedreira
fazendo o sinal:
“Fiiiii - Corre pessoal! E vem a turma da Central!”
Que quando chega baixa o pau.
compositores: Raul Marques,Tancredo Silva
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