Correspondente da guerra do dia a dia
Lugares esquecidos
Que não foram visitados pela democracia
Falo diretamente aqui da CDD
Teve crescimento, teve esquecimento
Ficou fácil ver
Algumas favelas receberam atenção outras não
Teve migração que gerou tensão
Causando um desnível comunitário
Jovens revoltados com a pressão de um gesto autoritário
Vida de estudante que vira marginal
Fruto do avesso do cartão postal
Resultado do descaso, tá plantado na esquina
Sustento da família, com venda de cocaína
O crime é democrático, a porta sempre aberta
O fim pode ser mágico aceito a sua oferta
Filme repetido, onde herói vira bandido
Se for preto, pobre, favelado, tá fudido
Risco de vida ainda existe triste
Ocupar é diferente de pacificar
Policiamento, não substitui saneamento
Não tem desenvolvimento e o processo fica lento
Só acelera, quando se junta com uma galera
Que põe a voz do demônio no ouvido e já era
Virou fera, virou monstro
Morre um sonho e nasce mais um
querendo ser o bola da vez
Isso foi mostrado em 2006
Meninos do Tráfico Documentário Falcão
Moleque novo na laje, na contenção
Aterrorizando a vizinhança de fuzil na mão
Campo minado, no gueto
Em vários lugares, não mudou
Tá ligado, no campo minado
Vivendo desse jeito, pouco amor e sem respeito
Campo minado, no gueto
Em vários lugares, não mudou
Tá ligado, no campo minado
Não sei não, ó! Tá cada vez pior
Preste atenção no que acontece ao seu redor
Pessoas indo nessa, no palco de uma festa
A vida vale nada, pra um sistema que te testa
Te joga num buraco, na cova dos leões
Maldade, atrocidade, gerando vários milhões
As notícias rendem grana, repórter ganha fama
Matéria tendenciosa, o destaque da semana
E é fantástico, o show da vida segue em frente
São Paulo Brasil, mais um elo da corrente
A rota da fraqueza, estado de pobreza
Metrópole do caos, disfarçado de nobreza
A vida no campo minado é foda
Tem que ser ligeiro para não morrer
Pra sobreviver por aqui, tem que ser
Vigiai os seus passos, tome cuidado com os laços
O inimigo está à solta, promovendo fracassos
Polícia matando, pessoas morrendo
A paz sucumbindo a guerra aumentando
Filhos sem pai, mãe sem os filhos
Mortos ou vivos, olhos chorando
Tentando amenizar o sofrimento do coração
Só quem vive, só quem sabe, é que tem noção
E o Estado nisso tudo é omisso
Falta compromisso, ossos do ofício
Infelizmente! É Bill, andamos nessa corda bamba
Brasil de pólvora, tragédia versus samba
Campo minado, no gueto
Em vários lugares, não mudou
Tá ligado, no campo minado
Vivendo desse jeito, pouco amor e sem respeito
Campo minado, no gueto
Em vários lugares, não mudou
Tá ligado, no campo minado
Pessoas esquecidas vão pro raio de ação
Quando é ano eleitoral, quando é ano de eleição
(Muita atenção!) Depois que cai no esquecimento
Literalmente no esquecimento, de volta pro sofrimento
E tentar se levantar, como for
Se plantou ignorância, não vem pra colher o amor
Ainda tem muitos de nós, sonhando com o sucesso
Mesmo não tendo acesso, reflexo do regresso
Que tira a educação e disponibiliza fuzis
Alienação e álcool pra matar a raiz
Dos que não sabem muito, mas sabem fazer filho
Não tem faculdade sim, mas sabem fazer filho
Mas sabem fazer filho, proximidade do gatilho
Arrebenta de. 40, de 45 Jericó, 9mm
A fé, sendo depositada numa 380
Desperdício, morte pelo vício
Sem base familiar, pra crescer fica difícil
Círculo vicioso, que mais uma vida encerra
Sistema criminoso, pra quem tá vivendo em guerra
Até pra falta de ação, tem reação
Estado crítico, cria ódio no coração
Elimina o lado bom e fortalece a maldade
Esse bagulho é reprise, pra ninguém é novidade aqui no
Campo minado, no gueto
Em vários lugares, não mudou
Tá ligado, no campo minado
Vivendo desse jeito, pouco amor e sem respeito
Campo minado, no gueto
Em vários lugares, não mudou
Tá ligado, no campo minado
compositores: Dexter, Alex Pereira Barboza, Carlos Henrique Benigno
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