Espadas de São Jorge sempre, em guarda, vigiam
Inhames majestosos, negros caules, que brilham
Barras de lingote a caixa-forte continha
As mãos de minha avó molhadas com glicerina
Sirva-se pro sortimento
Pipocas estouravam nos pedais do triciclo
Detetive desvendava um crime hediondo
Lagosta espatifada atrás do branco biombo
Periquitos viciados em sementes de cânhamo
Aves do padre Faria
Se o mundo mysoline evitasse convulsão
Na mesa o epelin listrado, dois Pablos Forlan
A estátua do jardim Guedala, um sepultar do anão
Na telha hexagonal, sem graça, o guaraná
Guarda o segredo da distração
Desbarrancar das margens, parte o Lázaro Zinho
Fitas demarcavam cubras e tardes de volley
O centenário Perez caminhava sozinho
O strombus pugilis de róseos lábios bem banhados pela espuma da areia
Subir num jacaré do cedro e olhar Fortaleza
Sumiu a Ilha do Mar Virado e junto as certezas
Ácido dourado, a pedra me lagarteia
Na rede o picaré estrelas-do-mar no céu
Desponta a Dalva de Oliveira
Monsieur Perdonci Derdic em nice a tal minha mãe
Mah-Jong, Totopoly, a louça linda pintada à mão
Em Rancharia, Orísia ensina o saci a ter pé no chão
Tituca naval, civil meu pai, Ataliba sem poli
Porém, general
Sapato Zagat com cadarço, se usa sem meia
Agaves espetados, os braços pardos da Neiva
Sandálias Havaianas azul-claro, sereias
Nos elefantes, dois marfins
De mamífera beleza
Mamonas Assassinas com mamilos polêmicos
A Lúcia elucida um enunciado totêmico
Petróleo dos primórdios nossa terra foi feita
O asfalto fonoaudiólogo do episódio neurológico
A terraplanagem perfeita
Enfim, cheguei ao fim, todo final é uma exaustão
Tim-tim por tim-tim, pois do Tim-Tim eu sou um grande fã
Sumi eu sei que em Betim não fui visitar minha irmã
Crer em Cristo não é
O meu signo de fé
Eu me viro
Dou ré e sigo em frente
compositores: JOSE FERNANDO GOMES DOS REIS
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