Ele sentou no deserto
Decerto esperava alguém
Não era velha a espera
Nem mesmo ele era também
Talvez tivesse vinte e três
Talvez
O deserto era incerto
O que era céu era terra
O que se movia era pedra
O que parecia não era
Nem sequer semelhante
Ao que tentava parecer
A cidade era o deserto
O jovem era homem velho
E quem passava ao seu lado
Jamais conseguiria entender
Ele sentou no deserto
Decerto esperava alguém
O deserto era incerto
O que era céu era terra
O que parecia não era
O que tentava parecer
A cidade era o deserto...
Aos 33 anos de idade,
o filho de Maria e José
sentou-se no deserto,
esperando pelas tentações.
Passaram-se quase 2000 anos
e alguém ainda é capaz
de sentar-se no deserto como ele.
As mãos são mais rápidas do que os olhos.
Deserto.
Remédios. Buda. Supermercado.
Pampa-Safari. Miragens. Paris.
Índios. General Custer. Amazônia.
A chegada da cavalaria. Papa.
Desobediência civil. Guerra do Paraguai.
Tóquio. Supermercado. Disneylândia.
Moisés. San Francisco.
Dor.
Papel moeda.
As coisas não são exatamente o que parecem.
compositores: Carlos Stein, Sady Homrich, Thedy Correa, Veco Marques
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