Você não vê se que eu padeço menos
Pelo motivo de nascer mulher
Eu também tenho as minhas duras penas
E sofro tudo, tudo o que Deus quer
Eu também tenho as minhas horas tristes
Mas quando choro, procedo assim
Tenho o cuidado de enxugar meu pranto
Para que ninguém venha zombar de mim
Ninguém pranteia uma dor alheia
E nem amarga o nosso amargor
Se quem tem fome não nos cede à ceia
Por que razão não se oculta uma dor
Os dissabores e as nossas dores
A gente conta e não vê solução
Nos revelamos e não evitamos
As amarguras do nosso coração
compositores: ESPOLIO DE ADELINO MOREIRA DE CASTRO
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