Grande comício na floresta,
Bem no meio da clareira
Debaixo da bananeira...
Dona formiga convocou a reunião:
(Formiga) – Isso não pode continuar!
(Camaleão) – Não pode não! Apoiava o camaleão
(Formiga) – É um desaforo. A formiga gritava
(Camaleão )- É mesmo! O camaleão concordava
A joaninha que vinha chegando
Naquele instante, perguntava:
(Joaninha) – Qual é o desaforo, heim?
(Formiga) – É um desaforo o que a lagarta faz!
(Louva–a-deus) – Come tudo que é folha!
Reclamava o louva–a–deus
(Formiga) – Não há comida que chegue!
A lagartixa não concordava.
(Lagartixa) – Por isso não,
As senhoras formigas também comem!
(Camaleão) – É isso mesmo!
Apoiou o camaleão
Que vivia mudando de opinião...
(Formiga) – É muito diferente!
Depois a lagarta é uma grande preguiçosa,
Vive lagarteando por aí.
(Camaleão) – Vai ver que a lagartixa
É parenta da lagarta! Disse o camaleão
Que já tinha mudado de opinião...
(Lagartixa) – Parente não!Falou a lagartixa
– É só uma coincidência nome!
(Formiga) – Então não se meta!
(Gafanhoto) – Abaixo a lagarta!
Disse o gafanhoto. – Vamos acabar com ela!
(Libélula) – Vamos sim! Disse a libélula.
- Ela é muito feia!
O senhor caracol
Ainda quis fazer um discurso...
(Sr caracol) – Hum...é...
Minhas senhoras e meus senhores!
Como é para o bem geral
E para a felicidade nacional,
Em meu nome e em nome de todo mundo interessado,
Como diria o conselheiro Furtado,
Quero deixar consignado que está tudo errado!
Mas como o caracol era muito enrolado,
Ninguém prestava atenção no coitado
Já estavam todos se preparando
Para caçar a lagarta.
(Aranha) – Abaixo a feiúra!Gritava a aranha,
Como se ela fosse muito bonita!
(Louva–a–deus) – Morra a comilona!
Exclamava o louva–a–deus,
Como se ele não fosse um comilão também
(Cigarra) – Vamos acabar com a preguiça!
Berrava a cigarra,
Esquecendo de sua fama de boa vida...
E lá se foram eles, cantando e marchando:
(Todos) – Um, dois, feijão com arroz...
Três, quatro, feijão no prato...
Mas...a primavera havia chegado
Por toda a parte havia flores na floresta
Até parecia festa...Os passarinhos cantavam.
E as borboletas! Quantas borboletas!
De todas as cores, de todos os tamanhos,
Borboleteavam pela mata
E os caçadores procuravam pela lagarta...
(Todos) – Um, dois, feijão com arroz...
E perguntavam às borboletas que passavam:
- Vocês viram a lagarta que morava na amoreira?
- Aquela preguiçosa, comilona, horrorosa?
As borboletas riam riam...
Iam passando e nem respondiam!
Até que veio chegando uma linda borboleta.
(Borboleta) - Estão procurando a lagarta da amoreira?
(Todos) – Estamos sim! Aquela horrorosa! Comilona!
E a borboleta bateu as asas bateu as asas e falou:
(Borboleta) – Pois sou eu.
(Todos) – Não é possível, não pode ser verdade!
Você é linda!
E a borboleta sorrindo, explicou:
(Borboleta) – Toda lagarta tem seu dia de borboleta.
É só esperar pela primavera!
Não é possível, só acredito vendo!
(Borboleta) - Venha ver!
Isso acontece com todas as lagartas
Eu tenho uma irmã
Que está acabando de virar borboleta...
E todos correram prá ver!
E ficaram quietinhos espiando.
E a lagarta foi se transformando,
Foi se transformando até que de dentro do casulo
Nasceu uma borboleta
Os inimigos da lagarta ficaram admirados!
- É um milagre!
(Camaleão) – Bem que eu falei!
Disse o camaleão que já havia mudado de opinião.
E a borboleta falou:
(Borboleta) – É preciso ter paciência com as lagartas,
Se quisermos conhecer as borboletas...
compositores: Ruth Rocha
Você é fã de Palavra Cantada? Gosta da letra da música?
Compartilhe com seus amigos.