Tarde Em Itapuã - O Bêbado E A Equilibrista
Um velho calção de banho, um dia pra vadiar
Um mar que não tem tamanho, um arco-iris no ar
depois da praça Caymmi sentir preguiça no corpo
E numa esteira de vime beber uma agua de coco
É bom
Passar uma tarde em Itapoã
Ao sol que arde em Itapoã
Ouvindo o mar de Itapoã
Falar de amor em Itapoã
Enquanto o mar inaugura um verde novinho em folha
Argumentar com doçura, com uma cachaça de rolha
E com olhar esquecido, num encontro de céu e mar
Bem devagar ir sentindo a terra toda rodar
É bom
Passar uma tarde em Itapoã
Ao sol que arde em Itapoã
Ouvindo o mar de Itapoã
Falar de amor em Itapoã (bis)
Caía, a tarde feito um viaduto
E um bêbado trajando luto me lembrou Carlitos
A lua, tal qual a dona de um bordel
Pedia a cada estrela fria um brilho de aluguel
E nuvens lá no mata-borrão do céu
Chupavam manchas torturadas
Que sufoco
Louco, um bêbado com chapéu coco
Fazia irreverencia mil
Pra noite do Brasil
Meu Brasil
Que sonha com a volta do irmão do Henfil
Com tanta gente que partiu num rabo de foguete
Chora
A nossa pátria mãe gentil
Choram Marias e Clarices no solo do Brasil
Mas sei que uma dor assim pungente
Não há de ser inutilmente
A esperança
Dança, na corda bamba de sombrinha
E em cada passo dessa linha pode se machucar Azar
A esperança equilibrista sabe que o show de todo artista
Tem que continuar
compositores: ANTONIO PECCI FILHO, VINICIUS DE MELLO MORAES
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