Eu entrena terra bruta, dei o sangue, dei a vida
Lá no chão joguei semente, na mesa virou comida
Eu estico roupa verde, aquela velha esquecida
Com a força de um leão, derramei suor no chão
Lutando pela nação, na balança colorida...
Vou correndo sempre vou, vou na terra investir
Maquinário financiado, trabalhando noite e dia
Eu trabalhava dobrava, o juros também crescia
Meu comprimisso subindo, valor da safra caindo
Não estava conseguindo, pagar o que eu devia...
Eu deitava e não dormia, me deu saudade da enxada
Com ela eu comprava tudo e ela não foi financiada
Lá no banco infelizmente estou devendo até o pescoço
Pra poder comer na janta, preciso vender o almoço
Levaram o filé mignon, eu fiquei roendo o osso...
Sei que o plano deu certinho, pros homens do colarinho
Estou sem terra e sem caminho, aqui no fundo do poço!
Me chamam de caloteiro, também de mau pagador
O agente financeiro quantas vezes me cobrou
Eu nunca fui desonesto, sempre fui trabalhador
Meu drama é verdadeiro, é grande meu desespero
Eu posso não ter dinheiro, mas caloteiro eu não sou!
compositores: Tiao do Carro,Caetano Erba
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