Passa o tempo a vida passa
e eu de alma ingênua acredito
num sonho doce e infinito
plenitude em névua e graça
E sem torura ou revolta
estou cantando ao luar
vamos dar a meia volta
volta e meia vamos dar
Depois a estrada poerenta
os pés sangrando em pedrossos
e apaziguando a alvorosos
a alma intranquila e sedenta
Murchastes em todas as flores
a correnteza das horas
as trevas sobre as auroras
e os derradeiros amores
Recordo o passado inteiro
e as voltas que o mundo dá
meu limão, meu limoeiro
meu pé de jacarandá
E aquele ao léu do destino
inspirou tanto louvor
cajueiro pequenino
carregadinho de flor
Passa o tempo e eu fico mudo
ontem ainda a ciranda
vida a toa apropa branda
agora involvendo tudo
O vale da tribo escuros
várzea, montanha e serra
e essa poeira de escombros
de que se nutre a tristeza
Velho recordo o menino
que resta de mim sei lá
cajueiro pequenino
meu pé de jacarandá
compositores: Caetano Veloso,Nestor Pestana
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