Ao grande mestre
Arlindo
Os barracos de hoje são de alvenaria
Não tem mais o silêncio da Ave Maria
Hoje tudo é segredo e circula o medo
Em cada viela
Hoje o morro tem dono
Também tem disputa
Um total abandono
Filhos que vão à luta
Gente que não se cansa
Poesia, esperança e amor à favela
A música mudou
A rosa já não fala
Não canta, nem sorri
O encanto acabou
Injustiça e dor, é o que tem por aqui
Crianças sem controle
Sem o valor da vida
Comunidade chora mocidade perdida
Mais ainda tem malandro que chega tarde em casa
E que implora a patroa
Por favor, me perdoa!
Pra ficar numa boa
Ensaboa, ensaboa
Mas ainda tem malandro
Que chega tarde em casa
E que implora a patroa
Por favor, me perdoa!
Pra ficar numa boa
Ensaboa, ensaboa
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