Dos cascos do meu cavalo fiz saltar leivas no céu
E empurrei muita boiada cantando versos ao leu;
Sou afilhado dos Deuses a até a morte me olha seria
Quando nas águas do Uruguai lavo minh’alma gaudéria
Junto com poeira da goela trago carrapicho e espinho
Que andam comigo agarrando no buraco do focinho
Gosto da noite fechada com fragâncias e perfumes
E de cruzar o campo solito proseando com um vagalume.
Se um dia eu me for pro povo e não lidar mais com boiada
Vou ser uma estrela gaviona que se apartou da manada
Ao tranco sempre assoviando na pampa verde esperança
Meu cavalo é um barco solto num rio grande de águas mansas.
Na janela de algum rancho é coisa que me fascina
Dois olhos da cor do campo num rosto meigo de china
De vez enquando me apeio num fandango campo a fora
Sarandeio a noite inteira riscando a chão com as esporas.
Quando me agrada a boiada com a noite escura sem brilho
Acomodo uma chinoca na anca dum tordilho
Aos tapas com meu destino sou sempre teso imponente
Quando a porteira da vida quer se fechar lá na frente.
Se um dia eu me for pro povo e não lidar mais com boiada
Vou ser uma estrela gaviona que se apartou da manada
Ao tranco sempre assoviando na pampa verde esperança
Meu cavalo é um barco solto num rio grande de águas mansas.(2x)
compositores: Walther Morais,João Sampaio,Silvestre Araújo
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