Pioneiro do estilo trance no interior de São Paulo, o DJ Paulista, já tocou em diversas raves em todos os cantos do país. A paixão pela profissão de DJ começou há 10 anos e desde então nunca mais parou de tocar.
Em entrevista concedida ao Kboing, ele conta a trajetória da sua carreira, o mercado, e claro a cena da música eletrônica.
Confira a entrevista:
Kboing – Qual o estilo você toca? Há quanto tempo é DJ?
DJ Paulista – Atualmente eu tenho duas linhas de DJ set, psy-trance fullon e uma linha de prog-house / house. Profissionalmente sou DJ há 10 anos, sendo o primeiro DJ de trance do interior paulista, comecei tocando hard-trance, mais tarde em meados de 2002 passei para psy-trance.
Kboing – Como você vê a trajetória da música eletrônica?
DJ Paulista – A música eletrônica é um dos poucos estilos musicais que vivem em constante mutações e fusões de gêneros. Há 5, 6 anos, na época do boom da e-music no Brasil, era ‘fácil’ você rotular músicas e produtores, acho que hoje em dia a fusão de estilos e tendências não permite mais isso, creio que tudo se resume a um ciclo, que como antigamente, tudo era house, techno e trance, downtempo, suas inúmeras subdivisões, é mais fácil dividir em low bpms (batidas por minuto) e estilos mais rápidos como trance e drum´bass, mas dentro desses dois parâmetros existem estilos bem peculiares, e a cada dia aparece mais linhas e tendências...acho isso muito bom, como se diz um velho ditado: “na musica eletrônica, quase nada se cria, tudo se mistura e se transforma”. Antigamente os equipamentos para produção eram caros e escassos, mas de um tempo pra cá, com inúmeras empresas de áudio lançando equipamentos para home-estúdio, com preços bem acessíveis, democratizou muito a produção de música eletrônica no Brasil, acho isso muito bom porque aqui existe uma gama infinita de novos produtores com idéias inovadoras e sonoridades interessantes...o que é muito bom, para o dinamismo da e-music.
Kboing – Qual foi a noite mais lotada de apresentações de sua vida? E a mais memorável?
DJ Paulista – A noite mais lotada que já toquei foi em São Paulo, na fazenda Maeda, numa festa chamada Atomic Nation, creio que tinha umas 9 mil pessoas, numa mega estrutura. Mas a memorável, acho que foram duas: uma na EcoSystem em Manaus, no meio da selva amazônica, em 2003, lugar lindo, ia tocar na tenda alternativa, mas como alguns estrangeiros não compareceram ao evento, acabei tocando na tenda principal depois do lendário Afrika Bambaata, um dos criadores da e-music no USA, pra mim foi demais, nunca vou esquecer esse momento! E outra foi em uma Alien Trip, acho que em 2004, que no final do line, entrei pra fazer um set extra, e a pista estava vazia, todo mundo sentado, passei pela festa inteira avisando que ia tocar de novo...quando coloquei a primeira música, a pista lotou de amigos, parecia que estava começando a festa naquela hora, tamanho a vibe da galera, todo mundo dançando na mesma sintonia, uma vibe alucinante, também nunca vou esquecer esse momento.
Kboing – Você tem alguma forte influência ou admiração por algum nome da música eletrônica?
DJ Paulista – Minhas influências são bem ecléticas, desde Chemical Broders, Armand van Helden, DelaSoul a produtores de techno de Detroid. No começo tive muita influência do trance israelense e não tem como não citar o Dj Gabe (Wrecked Machines), que para mim é o mais completo no Brasil.