Quando o termo é rock brasileiro, logo nos vem a mente os eternos Cazuza, Renato Russo, Cássia Eller e Raul Seixas. Estes modificaram o mundo musical e escreveram seus nomes na história da música brasileira.
Cazuza
Agenor de Miranda Araújo Neto, nasceu em 4 de abril de 1958. Cazuza foi um cantor e compositor brasileiro que ganhou fama como vocalista e principal letrista do Barão Vermelho. Em parceria com Roberto Frejat lançou grandes músicas como "Todo Amor que Houver Nessa Vida", "Pro Dia Nascer Feliz", "Bete Balanço", entre outras. Em carreira solo, canções como "Exagerado", "Codinome Beija-Flor", "Ideologia", "Brasil", "Faz Parte do meu Show", "O Tempo não Pára" e outras estão até hoje na boca do povo.
Cazuza sempre teve contato com a música e foi influenciado desde pequeno pelos grandes nomes da música brasileira, como as de Cartola, Dolores Duran, Lupicínio Rodrigues, Noel Rosa e Maysa.
Em 1972, tirou férias em Londres e teve a oportunidade de conhecer as canções de Janis Joplin, Led Zeppelin e Rolling Stones, tornando-se um grande fã do estilo musical. No ano de 1980 retornou ao Rio de Janeiro, onde ingressou no grupo teatral Asdrúbal Trouxe o Trombone, no Circo Voador e cantou em público pela primeira vez. Na época, o cantor Léo Jaime, foi convidado para integrar uma nova banda de rock de garagem, mas não aceitou e indicou Cazuza aos vocais. Daqueles ensaios na casa do tecladista Maurício Barros, surgia o Barão Vermelho. Cazuza entrou para banda e passou a compor com Roberto Frejat, formando uma das duplas mais aclamadas do rock brasileiro.
Cinco anos mais tarde, em julho de 1985, Cazuza deixou a banda. O cantor queria ter liberdade para compor e se expressar tanto musicalmente quanto poeticamente. No mesmo ano, em agosto, foi internado para ser tratado de pneumonia. Recuperado lançou seu primeiro disco solo “Exagerado” em novembro de 1985.
Em 1987 os sintomas da AIDS se mostravam fortes no corpo de Cazuza, mas até então eram um fato omitido. A revelação da doença só veio em 1989 depois de ele ter tentado vários tratamentos dentro e fora do país. A declaração de ser soropositivo foi uma forma de incentivar a criar a consciência em relação a doença e aos seus efeitos.
Foram apenas nove anos de carreira, 126 canções, 78 inéditas e 34 músicas para intérpretes. Cazuza morreu, depois de anos de luta contra o vírus, em 7 de julho de 1990, aos 32 anos por um choque séptico causado pela AIDS.
Raul Seixas
Raul Santos Seixas nasceu em 28 de junho de 1945, em Salvador. Sua meta era ser cantor ou escritor. Sempre apaixonado pelo rock, em 1962 fundou o grupo "Relâmpagos do Rock", passando-se a chamar de "The Panthers" e por fim "Raulzito e os Panteras".
Escreveu músicas e discos de sucesso para Jerri Adriani, Trio Ternura, Renato e Seus Blue Caps, Tony e Frankie, Diana e Sérgio Sampaio, combinou o Rock de Elvis com o baião. Junto com Paulo Coelho lançou no álbum “Gita” e emplacou seu primeiro Disco de Ouro.
Perseguido pelo governo, em 1974 a música "Sociedade Alternativa" não agradou e Raul foi preso e torturado pelo DOPS sendo obrigado a deixar o País. De volta ao Brasil em 1977, lança três discos pela Warner Music Brasil onde conseguiu manter seu sucesso com o público, mas não com a crítica.
A partir de 1978, começou a ter problemas de saúde devido ao consumo excessivo de álcool, na época perdeu 1/3 do pâncreas. Em 1983 lançou o álbum "Raul Seixas" onde em uma das faixas ele contava a história do Rock, e no mesmo ano divulgou o livro "As aventuras de Raul Seixas na cidade de Thor".
No ano de 1989, realizou uma turnê de 50 apresentações com Marcelo Nova, parceiro musical. Já durante os shows, Raul mostra-se debilitado e no dia 21 de agosto foi encontrado morto em seu apartamento vítima de uma parada cardíaca. O alcoolismo, agravado pelo fato de ser diabético, e por não ter tomado insulina na noite anterior, causaram-lhe uma pancreatite aguda fulminante.
Renato Russo
Ele nasceu em 27 de março de 1960, foi cantor e compositor brasileiro, famoso por ter sido o vocalista e fundador da banda de rock Legião Urbana. Antes do grupo, ficou conhecido por integrar durante quatro anos o Aborto Elétrico, do qual saiu devido as várias brigas que havia entre ele e o baterista Fê Lemos.
No ano de 1975, aos 15 anos, Renato passou por um momento complicado quando descobriu que era portador de epifisiólise, uma doença óssea. Com o final da banda Aborto Elétrico em 1982, Renato começou a tocar sozinho, mas a fase durou pouco. Logo ele se juntou com Marcelo Bonfá (baterista), Eduardo Paraná (guitarrista) e Paulo Guimarães (tecladista), formando a Legião Urbana.
Suas principais influências eram as bandas de post punk que surgiram na época, como o trabalho de Robert Smith, vocalista do The Cure e Morrissey líder da banda The Smiths. Entre 1984 e 1989 a banda atinge o ápice da carreira, se tornou reconhecida e criou uma relação admirável com os fãs.
Junto com o Legião Urbana lançou oito álbuns de estúdio, cinco discos ao vivo e diversos singles. Em carreira solo lançou três discos e cantou ao lado de Robert Evangelista, Herbert Vianna, Adriana Calcanhoto, Cássia Eller, Paulo Ricardo, Erasmo Carlos, Leila Pinheiro, Laura Pausini, Biquini Cavadão, 14 Bis e Plebe Rude.
Entre suas canções, foram eternizadas: "Mais Uma Vez", "Pais e Filhos", “Será", "Eduardo e Mônica", "Faroeste Caboclo", e muitas outras.
Renato Russo era soropositivo desde 1989, mas jamais revelou. Morreu no dia 11 de outubro de 1996, pesando apenas 45 quilos, devido a complicações causadas pelo vírus da AIDS.
Cassia Eller
Cássia Rejane Eller nasceu no Rio de Janeiro em 10 de dezembro de 1962. Foi uma cantora e violonista de grande referência no rock brasileiro dos anos 90. Seu interesse pela música começou quando ganhou um violão de presente aos 14 anos. Tocava Beatles, cantou em coral, fez testes musicais, trabalhou em duas óperas como corista e se apresentou como cantora de uma banda de forró. Ganhou fama no mundo artístico quando participou de um show de Oswaldo Montenegro, em 1981.
Trabalhou como servente de pedreiro e, por falta de tempo, não terminou o colegial devido aos shows que fazia, mas trazia consigo uma bagagem cultural incrível. Em 12 anos de carreira lançou 10 álbuns e a música de Renato Russo, “Por Enquanto”, foi a que alavancou sua profissão.
Convidada para fazer diversas participações com grandes artistas, Cássia Eller sempre teve uma presença de palco intensa e realizava interpretações de forma singulares e personalizadas. Compôs apenas três canções: "Lullaby" (parceria com Márcio Faraco), "Eles" (com Luiz Pinheiro e Tavinho Fialho) e "O Marginal" (com Hermelino Neder, Luiz Pinheiro e Zé Marcos).
Homossexual assumida, Cássia morava com a parceira Maria Eugênia Vieira Martins, com a qual criava Francisco (chamado carinhosamente de Chicão), filho do baixista Tavinho Fialho, que faleceu em um acidente automobilístico meses antes do nascimento de Francisco.
Cássia Eller morreu no dia 29 de dezembro de 2001, com apenas 39 anos e no auge de sua carreira. O laudo foi um infarto do miocárdio repentino, provavelmente provocado por uma overdose de drogas, já que ela havia sido usuária de cocaína.