Se existe um nicho que irá demorar para voltar a normalidade depois dessa pandemia de coronavírus é o setor de eventos e shows.
Artistas não sabem como reagir e como será o regresso pós doença. Contatos físicos, uso de equipamentos de proteção e tantas outras situações são repensadas sempre pensando no bem-estar dos fãs.
Entretanto, essa não é uma tarefa fácil e o baterista do Metallica, Lars Ulrich, tem consciência disso.
Em entrevista ao CEO da Salesforce, Marc Benioff, Lars comentou que ele e os integrantes James Hetfield, Kirk Hammett e Rob Trujillo estão sempre de olho nas notícias sobre o coronavírus, além de realizarem ações que beneficiem entidades que estão na luta contra o COVID-19.
Através de encontros virtuais com o grupo, eles têm pensado sobre formas criativas de planejar os shows no mundo pós-pandemia e chegou a comentar com Marc sobre as tours e chegou a mencionar o Brasil no bate-papo.
"Temos sentado durante as últimas quatro ou seis semanas realizando inúmeras conversas. Os quatro integrantes do Metallica se conectam via Zoom uma vez por semana, e é ótimo se conectar. Todos os quatro estão, obviamente, em lugares diferentes em quatro estados diferentes agora. Mas um assunto da conversa nessas sessões semanais de Zoom é como as coisas serão no futuro? Como serão os dois próximos meses? Como será o resto do ano? E o que irá, obviamente, por exemplo, a próxima década significar para a forma como criamos, como compomos canções, como gravamos músicas, como compartilhamos músicas, e como tudo isso irá parecer com as incertezas à frente de nós.
Eu acho que para pessoas como eu mesmo, para pessoas na banda, para pessoas no nosso entorno, podemos ficar bastante confortáveis sabendo tudo que está à nossa frente. Eu poderia te mostrar em detalhes como seria o resto do meu ano de 2020, eu poderia começar a te mostrar já como seria meu 2021. Planejamos tudo com anos de antecedência. Sabemos onde estaremos – nossos calendários e nossos iPhones estão cheios de compromissos e todos os lugares para onde iremos viajar. E eu acho que é uma grande lição para pessoas como nós mesmos que gostam de estar em cima de tudo e controlar cada elemento da nossa existência o fato de que, de repente, estamos aqui pela primeira vez desde que eu me lembre sem saber como será o resto de 2020.
Eu deveria estar no Brasil essa semana, fazendo shows por toda a América Latina. Todos eles foram adiados para o outono [do Hemisfério Norte, nossa Primavera]. Deveríamos tocar em festivais por toda América do Norte em Maio. Todos foram remarcados. Mas agora alguns desses que foram remarcados para Setembro e Outubro, um deles foi cancelado na semana passada, em Kentucky. E eu vou dizer, enquanto me sento aqui, eu não sei o que será do resto dessas datas de shows remarcadas. Eu espero, obviamente que a gente possa sair para tocar e que a gente possa se conectar e reunir as pessoas nessas situações através da música, mas você e eu sabemos, e todo mundo ouvindo essa entrevista e nos assistindo sabe que há uma grande chance de que nenhuma dessas datas aconteça, porque a ideia de reunir dezenas de milhares de pessoas em ambientes de shows talvez não seja correta para a segurança e a saúde de todo mundo em 2020".
Vale lembrar que os shows do Metallica foram reagendados para dezembro, mas pelo visto, é um algo que ainda está sendo reavaliado.
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