Uma mulher forte, destemida e que mudou a forma de fazer música no Brasil, principalmente para as mulheres.
Rita Lee, a eterna rainha do rock no país, nos deixou a alguns dias (dia 8 de maio), mas antes, já havia deixado definida a data do lançamento da sua "Outra Autobiografia" (seu "último ato" como ela mesma descreveu), para o dia 22 de maio, Dia de Santa Rita de Cássia.
A nova obra da cantora aborda seus três últimos anos - período entre a pandemia da COVID-19 que assolou o mundo, o diagnóstico de câncer de pulmão, até a cura da doença.
Diferente da sua primeira autobiografia, lançada há 7 anos, que narrava sua despedida dos palcos, essa conta sobre esse período doloroso.
Em "Outra autobiografia", que já está disponível, Rita Lee conta sobre o câncer (descoberto em 2021) e como precisou trabalhar contra as crises de pânico durante seu tratamento. O primeiro colapso foi durante a primeira internação, nos primeiros exames.
"Bateu uma crise forte de pânico. Dizem que fiz uma cena digna de One Flew Over The Cuchoo's Nest. Minha cabeça pirava de cinco em cinco minutos porque era um entra e sai de médicos, enfermeiras, nutricionistas, fisioterapeutas, faxineiras… todos me fazendo perguntas as quais eu respondia, aflita, que só queria voltar para minha casa", descreve Rita.
Com medo da quimioterapia, sua família encontrou um novo psiquiatra que trocou seus medicamentos por "remédios mais modernos e não viciantes".
"Minha família encontrou um psiquiatra que me pareceu sensível e não invasivo. Falava baixo, era bem jovem e não tinha nada contra a minha epiritualidade. Demorou um pouco pra eu perceber que as crises, a ansiedade e a depressão deram lugar à calmaria, e nessas, ao pressentir uma noia invadindo a cabeça que me fazia tremer e hiperventilar, eu conseguia com muito custo lembrar de controlar a respiração e daí não tinha jeito, precisava tomar um benzodiazepínico. Às vezes dava certo, mas o pânico invadia sem aviso, parecendo destruir meus neurônios, já tão assustados pelas idas e vindas do hospital".
Segundo nota da divulgação da editora "Globo", o novo livro da cantora mexe profundamente com o leitor: "Em um texto franco, ora cru e chocante, ora cheio de ironias, ora sutil e amoroso, Rita Lee não poupa detalhes de seu tratamento. Fala também da rotina, dos avisos do Universo, de seres de luz e dos caminhos que a vida tomou".
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