Ouvir músicasNo dia 8 de maio, o Brasil perdeu uma de suas artistas mais completas que já existiu: Rita Lee. Alguns dias depois, mais precisamente no dia 22, o país receberia sua "Outra Autobiografia", que ela havia classificado como seu último ato.
Para sua obra, Rita falou sobre muitas coisas, citando pessoas e não deixou de mencionar duas artistas que era muito fã: Elza Soares e Gal Costa. Cada uma tem seu capítulo próprio, no qual a cantora resgata memórias ao lado das amigas e sobre como ficou chocada com a morte de ambas.
"Hoje acordei e tive a notícia da partida de Elza Soares, de quem sou sútida desde pequena. A gente vinha trocando figurinhas dos últimos tempos. Pouco antes de eu ser diagnosticada com câncer, ela me pediu uma música para gravar. A letra baixou em dez minutos. Pensei em sua figura majestosa e nasceu Rainha Africana".
O single em questão, que contou com a contribuição de Roberto de Carvalho, foi uma das últimas gravadas por Elza e consta em "No Tempo da Intolerância", previsto para o dia 23 de junho. "Elza, assim que ouviu, já mandou um áudio: 'Ó Rita, que prazer imenso ouvir você cantando essa música pra mim. Muito obrigada. Te adoro, criatura", descreveu na autobiografia.
Sobre a partida de Gal Costa, elenca 13 lembranças ao lado da amiga.
"O sorriso maroto de Gal nos bastidores do show dos Doces Bárbaros, no Anhembi, em 1976. Com Gil, Caetano e Bethânia, ela cantava uma música dedicada a mim. Eu, que não fazia ideia, quase desmaiei de emoção. No backstage, ela me contou que era uma das compositoras da canção". Rita também escreve sobre a quase turnê que fariam juntas, LeeGal: "acabou não rolando por causa das agendas que ambas cumpriam com seus shows".
Sobre "Ovelha Negra", regravada por Gal, a roqueira contou como foi o pedido de autorização: "Ela me mandou mensagem dizendo que gravaria a música. Entretanto, pediu licença para trocar na letra 'pai' por 'mãe'. Ela me explicou que o pai havia sido ausente e que, por isso, se sentiria mais à vontade cantando para a mãe dela. Respondi que ela poderia fazer o que quisesse".
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