O projeto foi lançado no primeiro semestre deste ano. Traz três nomes já conhecidos no rock nacional: Danilo Cutrim, Nicolas Christ e Vitor Isensee (todos ex- Forfun).
Já lançaram três clipes: "Embrasa", "Oxalá" e "Segue o Baile", todos de faixas que integram o primeiro álbum, "Braza". Bom, se você, leitor, ainda não sabe quem é, apresento-lhe à banda Braza, que bateu um papo com a redação da Kboing. Confira abaixo:
Kboing: Bom, o Braza surgiu de três integrantes do Forfun e traz alguns elementos de gêneros musicais que também fizeram parte da história do Forfun. O resultado do Braza foi algo intencional ou disco saiu de forma natural?
Braza: Achamos que toda inspiração artística guarda um pouco de intencionalidade e espontaneidade na produção. Mas o Braza já nasceu com um conceito pré-elaborado. Nesse sentido, o resultado até agora do Braza foi intencional, mas guarda a espontaneidade. Acreditamos que temos também que deixar a coisa fluir com naturalidade.
Kboing: Nos shows, como o público vem reagindo aos shows e ao disco do Braza em relação ao Forfun?
Braza: Tá bem interessante. Interessante pra nós mesmos descobrirmos como é essa relação do Braza com o público. Claro que rolam opiniões, elogios, críticas, e é importante que isso aconteça porque a arte depende também desse feedback do público.
Kboing: Como a banda recebe esta energia transmitida pelo público? É diferente do que era com o Forfun?
Braza: Tá sendo bem legal porque estamos nos descobrindo no palco, na forma de cantar, de comunicar com o público. De expressar visualmente e corporalmente. Tudo isso é novidade pra gente, porque é outro momento, outra banda. Viemos de um projeto anterior, o Forfun, ao qual somos muito gratos e temos muito orgulho, mas estamos num segundo momento da carreira musical com o Braza, que é também uma descoberta pra gente. Estamos nos conhecendo, é um gostoso começo de namoro entre o Braza e o público que está se formando.
Kboing: Em que e onde a banda busca inspirações para compor suas canções – referências musicais e literárias? Quais são gêneros musicais escutados pelos músicos?
Braza: Somos bastante ecléticos, ouvimos muita coisa. O Braza vem muito calcado no reggae e no rap e nas vertentes desses ritmos, além de uma raiz rock que também temos. Mas basicamente nossas influências em sonoridades são reggae e rap. E a inspiração vem de todo lado, simplesmente por estar vivo você acaba adquirindo temas e inspirações pra falar. Então, às vezes, é uma conversa com um amigo, um filme que vimos, uma música que escutamos, uma paisagem que rolou, e tudo isso instiga a compor e escrever.
Kboing: Assim como foi com Forfun, o Braza produziu seu disco de maneira independente, ok? Para vocês, que atuam desta forma há anos, é diferente ser independente em 2016 do que em 2006, por exemplo?
Braza: O mercado fonográfico, musical, do showbusiness, passou e tá passando por uma grande transformação com a chegada definitiva da Era digital. A forma de consumir e compartilhar música se transformou, algumas mídias ficaram obsoletas. Entendemos por independente, uma palavra que pode ter tantos significados, uma vontade de fazer as coisas sem ficar esperando que alguém ou alguma empresa com mais recursos e mais poder venha e proponha fazer.
Kboing: E, independente de gênero ou estilo, como vocês enxergam o atual cenário independente da música nacional?
Braza: Então, o termo independente pra nós é isso, mas na prática nada se faz sozinho realmente. Temos muitos parceiros, inclusive a Deck Disc, gravadora nacional que faz a nossa distribuição digital pra chegar nessas plataformas. Nós produzimos e prensamos o disco físico, gerenciamos a carreira, bancamos a gravação, mas temos essa parceria com a Deck pra distribuição, que vem desde o tempo do Forfun. Não temos uma bandeira de ser necessário ser independente ou não. Cada um se adapta a um modus operanti.
Kboing: Tem algo ainda a ser alcançado como banda – ou como pessoa - que vocês não conquistaram?
Braza: Ah, tem muitas coisas a serem conquistadas tanto pessoalmente como grupo. A partir do momento que acharmos que não temos mais nada a conquistar a coisa vai ficar sem sentido e sem graça. Mas temos muita coisa pra fazer com o Braza no Brasil, mas pretendemos um dia extrapolar as fronteiras e poder tocar em outros países também, que é uma vontade antiga nossa.
Kboing: Quanto ao ano de 2016, qual a retrospectiva do BRAZA?
Braza: Sem dúvida o ano marcou a, até agora breve, mas promissora, vida do Braza. Foi um ano de recomeço, de muito trabalho, arregaçamos as mangas e continuamos botando a mão na massa. Mas, sem demagogia, muito felizes de estarmos fazendo isso, com brilho nos olhos, fazendo o que gostamos, vários show de norte a sul do Brasil, festivais, disco lançado, três vídeos lançados, o projeto lançado, então estamos contentes com esse ano.
Kboing: E em 2017, o que vem pela frente? O que os ouvintes e amantes da música podem esperar?
Braza: Pra 2017 já estamos pensando num novo disco. Temos ainda um quarto trabalho desse primeiro álbum, audiovisual, pra ser lançado em fevereiro, que é um ao vivo com 5 músicas com performance. E ao mesmo tempo estamos preparando tudo pra gravar no primeiro semestre de 2017 o segundo disco pra ser lançado ainda no mesmo ano. E no mais, manter-nos vivos, com saúde, e fazendo o que amamos.