O jornal britânico The Guardian publicou nesta quarta-feira, dia 12, uma matéria sobre artistas negras trans no Brasil, destacando as cantoras Linn da Quebrada, Jup do Bairro e Badsista.
O The Guardian define a música das artistas como "uma combinação de letras vulneráveis, declarações irônicas e ritmos de dança que contagiam o gênero, é mais do que apenas contagiosamente brilhante".
Denunciando uma realidade cujo preconceito se torna cada vez mais evidente e citando polêmicas que envolvem declarações homofóbicas ditas pelos representantes políticos do país, as cantoras falaram sobre a importância da união de artistas em vez da criação de ambientes competitivos e individuais. Segundo elas, a união de forças incentiva, no meio musical, a abertura de novos espaços, mentais e físicos, para que outros criem arte e estimulem mudanças sociais.
"Estamos constantemente sendo derrubados por causa de salários ruins, burocracia desnecessária e pessoas que questionam nossas habilidades", explica Badsista, "Mas quando chegamos juntos, tudo fica mais fácil."
Após conhecer suas carreiras e posicionamentos, o veículo finaliza: "É uma afirmação promissora, mas não infundada. Os esforços de Linn, Badsista e Jup para criar novos espaços culturais são declarações políticas poderosas com repercussões tangíveis, e podem ser essas formas de resistência cotidianas - por meio da arte que nos faz questionar o status quo, iniciativas de base como Bandida e a formação de apoio redes entre artistas - as mais eficazes". O jornal ainda reforça que, em tempos de posicionamento contra a violência policial e o racismo, se solidarizam com a luta pela verdade, humanidade e justiça.