Mulheres que escreveram seu nome na história da música

Em comum elas têm o sucesso indiscutível, cada uma em seu tempo e estilo. A morte prematura dessas mulheres passa pelo abuso de álcool, drogas e uma vida desregrada que foi marcada por altos e baixos.

Amy Winehouse, Cássia Eller, Whitney Houston , Elis Regina, Carmen Miranda, Maysa, Clara Nunes e Janis Joplin escreveram seu nome com letra maiúscula na história da música mundial. Elas marcaram sua geração e deixaram fãs saudosos de seus talentos e com sede de quero mais. Morreram jovens deixando um legado de muitos sucessos e canções imortalizadas.

Na semana em que homenageamos as mulheres pelo seu Dia Internacional, o Kboing relembra a trajerória dessas divas:

Amy Winehouse
A britânica começou a cantar aos 16 anos. O álbum de estreia, "Frank", foi lançado quando ela completou 20 anos. O segundo disco, "Black to Black" (2006), que consagrou a cantora. Com o trabalho, ela conquistou cinco prêmios Grammy.

Alvo constante da imprensa por abusos de drogas, brigas e escândalos com o ex-marido, Blake Fielder-Civil, também viciado em drogas, a cantora foi presa duas vezes em 2008. Um dos seus principais hits, "Rehab", falava sobre suas idas às clínicas de reabilitação. No final do ano passado, chegou ao mercado o disco póstumo, "Lioness: Hidden treasures".

Amy Winehouse foi encontrada morta em sua casa em Londres, na Inglaterra, aos 27 anos, no dia 23 de julho de 2011. A causa da morte prematura da cantora, segundo laudo, foi por excesso de álcool. A artista, que tinha histórico de envolvimento com drogas estava passando por um período de recuperação e teria consumido quantidade cinco vezes maior do que a taxa de permissão para dirigir.

Cássia Eller
A voz grave e o ecletismo musical definiam o estilo Cássia Eller, que lançou seis discos de estúdio, quatro ao vivo, além de DVDs.

Antes de iniciar a carreira artística, Cássia Eller teve uma vida profissional em áreas bem diferentes. Começou como garçonete e cozinheira, em Brasília. Aos 19 anos, a carioca se mudou para Minas Gerais e trabalhou como servente de pedreiro. Ao voltar para Brasília, substituiu uma amiga como secretária no Ministério da Agricultura. "Fui demitida no terceiro dia. Aí resolvi só cantar", costumava contar em entrevistas.

Homossexual assumida, a cantora teve um filho com o baixista Otávio Fialho, morto em um acidente de automóvel, alguns dias antes do nascimento de Francisco Ribeiro Eller.

Aos 39 anos, a cantora morreu no dia 29 de dezembro de 2001,  após sofrer três paradas cardíacas na clínica Santa Maria,  no Rio de Janeiro (RJ). Informações extra-oficiais dão conta de que a morte da artista teria sido consequência de consumo em excessivo de algum tipo de droga.

Whitney Houston
Com seu estilo inspirado no canto gospel, Whitney Houston também atuou no cinema e fez carreira como modelo. Mas foi na música que ela ganhou fama e bateu recordes - venceu 415 prêmios ao longo da vida.

A diva do soul foi número 1° em vendas nos Estados Unidos com seu último álbum, "I Look to You" (2009). O primeiro disco, "Whitney" (1985) se tornou o álbum de estreia mais vendido por uma artista feminina, com 25 milhões de cópias em todo o mundo.

Nos cinemas, ela estreou no filme "O Guarda-costas" (1992), em que cantava na trilha sonora, com seu maior sucesso "I Will Always Love You", cover de Dolly Parton. Seu último longa foi a comédia "Um Anjo em Minha Vida" (1996).

Nas duas últimas décadas, a cantora teve diversas passagens por clínicas de reabilitação para tratar o vício em álcool e drogas. Whitney Houston foi encontrada morta aos 48 anos, na banheira do quarto em que estava hospedada em Los Angeles, Estados Unidos, no dia 11 de fevereiro. A causa da morte ainda não foi divulgada.  

Elis Regina
Elis Regina foi um dos grandes nomes da MPB, que se calou prematuramente. A jovem talentosa morreu aos 36 anos idade, de acordo com o laudo médico da época, em decorrência de intoxicação combinada de bebidas e cocaína. Ela foi encontrada morta em seu apartamento no bairro nobre dos Jardins em São Paulo (SP), no dia 19 de janeiro de 1982.

A cantora e compositora lançou 27 LPs, sendo 14 compactos simples e seis duplos, que venderam em torno de 4 milhões de cópias.

Conhecida como "Pimentinha" devido a sua personalidade agitada, chegou a ser criticada por se apresentar nos palcos com seus braços inquietos. Além de um sucesso indiscutível, Elis Regina foi descobridora de talentos, ao lançar importantes nomes da música nacional, como Ivan Lins, Vitor Martins e Renato Teixeira.

Carmen Miranda
A "Pequena Notável" foi recursora do tropicalismo - movimento cultural brasileiro surgido no final da década de 1960 - Carmem Miranda fez sucesso no Brasil e Estados Unidos entre as décadas de 1930 e 1950.

Sua atuação se estendeu pelas rádios, teatro de revista, cinema e na televisão. No cenário musical, a consagração veio a partir de 1930, com seu maior sucesso "Pra Você Gostar de Mim" ("Taí") de Joubert de Carvalho. Entre as canções que conquistaram o público de todo o mundo destaque para "Adeus Batucada", "Alô, Alô, Carnaval" e "O Que é Que a Baiana".

Portuguesa, nascida em Marco de Canaveses, Carmen Miranda a veio com seus pais ainda bebê para o Brasil.

Entre tantos outros pioneirismos, Carmem Miranda foi a primeira cantora a assinar contrato profissional com uma rádio e recebeu o maior salário pago a uma mulher nos Estados Unidos.

Vítima da combinação de remédios, álcool e cigarro, Carmen Miranda morreu aos 46 anos de um ataque cardíaco, no dia 5 de agosto de 1955, em Beverly Hills, Hollywood, nos Estados Unidos.

Maysa
A estrela dos anos 1950 e 1960 conquistou o público com sua inconfundível voz rouca e provocante. A jovem talentosa tem uma rica discografia com 18 álbuns de estúdio, 6 EPs 9 compactos simples e ainda teve seus sucessos imortalizados também em 18 coletâneas. 

A cantora, compositora e atriz, Maysa teve uma vida intensa, turbulenta, cheia de altos e baixos tanto no pessoal como no profissional. Os amores e a personalidade forte pautaram sua trajetória. Familiares e amigos íntimos foram testemunhas de que ela “bebeu demais, fumou demais, amou demais, sofreu demais..."

A dependência ao álcool, as internações em clínicas de desintoxicação, as tentativas de suicídio, os inúmeros casos amorosos vividos pela cantora foram retratados na minissérie global "Maysa - Quando fala o Coração" e na biografia "Maysa: só numa multidão de amores" (2007).

Em 1977, Maysa morreu aos 40 anos, vítima de um acidente de carro na Ponte Rio-Niterói.

Clara Nunes
Outra grande interprete da música brasileira, também teve uma curta ascensão.  Clara Nunes nasceu no dia 12 de agosto de 1942 e começou cantando na Igreja Católica de Renascença. O regente da orquestra, Jadir Ambrózio, percebendo o talento deu a ela a primeira oportunidade de cantar em público.

Muito incentivada pela família, Clara Nunes se inscreveu no concurso A Voz de Ouro ABC em 1960 e na fase regional, em Belo Horizonte (MG), ela cantou "Serenata do Adeus", de Vinícius de Moraes, conquistando o primeiro lugar e o direito de representar seu estado na final nacional.

Clara morreu aos 39 anos devido a complicações de uma cirurgia de varizes. Tudo corria bem, mas ao final da operação a cantora sofreu um choque anafilático levando a uma parada cardíaca, em consequência o coma. Clara Nunes passou 28 dias acometida pela morte cerebral e faleceu em 2 de abril de 1983.

Janis Joplin
Uma artista que integrava talento e musicalidade. A rainha do rock dos anos 60, Janis Joplin, também ficou conhecida pela atitude rebelde que sustentava. Grandes nomes do jazz e do blues como Aretha Franklin, Tina Turner, Billie Holiday, Odetta, e Bessie Smith eram a base para seus trabalhos.

Janis, que tinha uma vida bem turbulenta devido ao seu sério envolvimento com drogas, lançou apenas quatro álbuns: "Big Brother and the Holding Company" (1967), "Cheap Thrills" (1968), "I Got Dem Ol' Kozmic Blues Again Mama!" (1969) e o póstumo “Pearl” (1971).

A cantora foi encontrada morta em um quarto de hotel em Londres – onde estava hospedada a trabalho - vítima de uma overdose de heroína possivelmente misturada com efeitos do álcool. Janis Joplin morreu aos 27 anos e foi cremada no cemitério-parque memorial de Westwood Village, na Califórnia, e numa cerimônia, suas cinzas foram lançadas pelo Oceano Pacífico.