A Escola Woodrow Wilson de Assuntos Públicos e Internacionais e o Departamento de Ecologia e Biologia Evolucionária da Universidade de Princeton, nos EUA, realizaram uma pesquisa que comprovou que o vírus do sarampo deixa o sistema imunológico debilitado até três anos. Anteriormente, dizia-se que era apenas por dois meses.
O estudo, publicado na revista "Science" levaram em conta evidências epidemiológicas fornecidas, que mostraram que o sarampo deixa o corpo numa espécie longa de "amnésia imunológica", "quando as células de memória essenciais que protegem o corpo contra as doenças infecciosas são parcialmente exterminadas".
Jessica Metcalf, co-autora e professora de ecologia e biologia da Universidade, falou um pouco sobre o processo.
"Nós já sabíamos que o sarampo ataca a memória imunológica, e que a doença era imunossupressora por um curto período de tempo. Mas este artigo sugere que a supressão imunológica dura muito mais tempo do que se suspeitava anteriormente. Em outras palavras, se você tiver sarampo, nos três anos seguintes pode morrer de algo que você não morreria se não tivesse sido infectado com sarampo".
Michael Mina, que trabalhou no projeto, contou que "as descobertas sugerem que vacinas contra o sarampo têm benefícios que vão além da simples proteção contra o sarampo em si".
O estudante analisou os dados populacionais detalhados dos EUA, Inglaterra e País de Gales, e Dinamarca, os únicos que possuíam variáveis necessárias disponíveis para análise. Junto de outros pesquisadores, ele analisou mortes de crianças entre um e nove anos da Europa, e um e 14 anos nos EUA, levando em consideração as eras pré-vacinais e pós-vacinais. Dessa maneira, puderam comparar a incidência do sarampo com as mortes, que não mostrou grande ligação entre eles.
Feito isso, eles decidiram avaliar os dados de diferentes pressupostos sobre a duração do efeito de imunoamnésia relacionado ao vírus do sarampo e descobriram uma correspondência muito forte entre a existência do sarampo e mortes por outras doenças, que permitia um "período de latência" de aproximadamente 28 meses após ter contraído o sarampo. Tal fato se repetiu em todos os grupos dos três países analisados.
"Reduzir a incidência do sarampo parece causar uma queda nas mortes por outras doenças infecciosas devido aos efeitos indiretos de infecção do sarampo no sistema imunológico humano", disse Mina.
Os resultados da pesquisa indicam que a vacinação contra o sarampo também podem fornecer proteção imunológica indireta contra outras doenças.
Fonte: O Globo
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