Em um misto de emoção e dor, Roberto de Carvalho, marido de Rita Lee, contou em entrevista ao Fantástico sobre tudo o que viveu ao lado da nossa eterna rainha do rock brasileiro.
O bate-papo com a jornalista Renata Ceribelli precisou ser interrompido várias vezes para que Roberto pudesse se recompor. Ele não quis parar, alegando que a própria Rita havia pedido para que atendesse a televisão, caso acontecesse algo com ela.
Rita Lee Jones faleceu na última terça-feira, dia 9, aos 75 anos.
"Um grande privilégio, um grande privilégio. E nos tornamos cara metade. Eu não posso dizer para você que a Rita e o Roberto....O Roberto é a Rita também, a Rita é o Roberto também. Em vida ou em morte. E ela continua sendo eu", comentou sobre esse grande amor em vida.
O produtor musical também mencionou quando começaram a trabalhar juntos: "A gente começou a fazer as coisas juntos porque ela ouvia: 'O que você tocou aí? Isso é uma música, é uma música'. Aí ela vinha com o caderninho, sempre rápida", contou.
Quando Rita descobriu a doença, Roberto e João Lee, um dos três filhos do casal, se juntaram para entender a melhor formar de amenizar as dores e seguir com um bom tratamento.
"Medo, ansiedade, pavor. Junto com o João, meu filho, nós dois que tomamos conta da situação toda e a gente procurou se informar o máximo... Porque a gente foi jogado em um universo que a gente desconhecia", comentou sobre o câncr descoberto em maio de 2021, ainda no meio da pandemia. A expectativa era que a cantora de "Ovelha Negra" não sobrevivesse mais do que 3 ou 4 meses.
"Ela queria viver, não queria partir. Até o fim, ela nunca quis partir. Ela sempre tinha um monte de coisa. Planos de escrever, de fazer música. Eu até dizia pra ela: 'Eu queria até trocar de lugar com você porque você tem muito mais coisa pra fazer do que eu. Eu vou e você fica'".
Sobre a "Outra Autobiografia", que chega às livrarias na segunda-feira que vem, dia 22, Rita detalhou os anos de pandemia, a descoberta do câncer, o tratamento da doença e descreveu como seu último ato.
"Ela passa ali, passo a passo do tratamento, dos diagnósticos, o que se passava com ela. Quando mandei a foto da capa que a gente tinha feito e que no primeiro momento a gente pensou em ser branco e preto, ela falou: 'Acho que vou pintar'. Eu falei: 'Pinta'. E nesse ela chegou e falou assim: 'Quero que lance no dia 22 de maio, dia de Santa Rita, que vai ter passado mercúrio retrógrado'. Aí ela falou assim, muito orgulhosa: 'esse é meu último ato'", contou Guilherme Samora, amigo e editor dos livros de Rita Lee, que também falou com o Fantástico.
Roberto contou que os últimos dias foram difíceis. Rita foi perdendo a capacidade de andar, pensar e que parecia uma criança, mas que estava leve: "ela foi em paz".
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